Com uma mentalidade completamente nova, pregando virtudes do amor e liberdade de expressão, Kanye West tem feito manchetes com declarações. Ontem (1), Yeezy apareceu no escritório do TMZ para entrevista, onde refletiu um pouco sobre tudo o que tem falado.
– Após ser questionado por dizer que gosta do Donald Trump, Kanye West explica posicionamento
Questionado sobre o fato de ter aparecido com um boné do bordão de campanha “Make America Great Again” do Donald Trump, Yeezy explicou que tem apenas sido ele mesmo, tentando inspirar outras pessoas a fazer o mesmo, alegando que nos dias de hoje a o pessoal não pensa e sente por si. Pregando então valor de liberdade, o artista então disse: “liberdade é fazer algo, então todo mundo te diz o que não fazer”.
Então o vídeo corta para Kanye declarando: “eu amo Trump, ele é meu mano”, e o artista reflete sobre como muitos rappers também gostavam do atual presidente americano, até ele entrar na Casa Branca, dizendo: “você sabe, há vários rappers, você vê em um vídeo do Snoop Dogg amando Trump, mas então ele entra na Casa Branca e você não o ama mais”. Posteriormente, Yeezy disse que é um artista hip-hop negro, mas não apenas isso, e que pessoas tentam limitá-lo dentro desse rótulo, afirmando que sempre irá representar a comunidade negra, mas também o mundo.
O vídeo novamente corta para Kanye West, e ele aparece declarando: “quando você ouve sobre escravidão por 400 anos… isso soa como uma escolha. Tipo, você esteve lá por 400 anos, e isso é tudo de vocês? É como se estivéssemos mentalmente em uma prisão. Eu gosto da palavra prisão, porque a escravidão é uma ideia associada diretamente com os negros. É tipo escravidão, holocausto, holocausto, judeus. Escravidão é negra. Então prisão é algo que nos une como uma raça… a humana”. Mais uma vez a câmera é cortada, e o artista aparece discursando no escritório do TMZ sobre liberdade.
Um funcionário negro do local então aparece para rebatê-lo, dizendo: “eu realmente não acho que você esteja pensando em algo. Eu acho que o que você está fazendo agora é se abster de pensar. Kanye, você tem direito a sua opinião, você tem o direito de pensar no que quiser, mas há uma consequência real no que você acabou dizer. Enquanto você está fazendo música e sendo um artista, e vivendo a vida que conseguiu por ser um gênio, o resto de nós na sociedade temos que lidar com essas ameaças às nossas vidas. Temos que lidar com a marginalização que veio dos 400 anos de escravidão que você disse, que para o nosso povo, foi uma escolha. Francamente, eu estou desapontado e chocado irmão. Eu estou inacreditavelmente ferido pelo fato de você ter se transformado em algo, que para mim, não é real […]”.
No vídeo registrando todo debate no TMZ Live, que não foi divulgado pelo canal oficial do portal de celebridades, Kanye rebate dizendo que temos que ser próximos de todos, destacando a importância e influência do Donald Trump pela sua posição. Yeezy então aponta o amor como a melhor solução para resolver diferenças, afirmando que dizer: “eu te odeio, eu te odeio, vai se fu###, vai se fu###” não soluciona nada.
Por fim, Kanye afirmou que o amor é o único caminho para colocarmos o mundo em ordem, que temos todos os recursos necessários para vivermos em paz, afirmando que as vezes é necessário dizer “coisas loucas” para mudar as coisas, e lamentando por ter desapontado o rapaz em questão, mas defendendo princípio de liberdade de expressão.
Toda essa questão gerou grande debates, e Kanye apareceu no Twitter para explicar melhor seu ponto de vista, dizendo em série de publicações: “precisamos ter discussões abertas e ideias sobre o sofrimento instável. Para me tornar claro, é evidente que eu sei que os escravos não foram algemados e colocados em um barco por livre arbítrio. Meu ponto é que todos nós permanecemos nessa posição, mesmo que os números ao nosso lado significam que fomos mentalmente escravizados. Eles cortaram nossas línguas para que não pudéssemos nos comunicar uns com os outros. Eu não vou permitir que minha língua seja cortada. Kanye contra a mídia é a teoria moderna de Willie Lynch [Willie Lynch foi um proprietário de escravos conhecido por manter os seus escravos disciplinados e submissos de forma cruel]. Eles enforcam os mais poderosos a fim de forçar o medo para os outros. Eles não podem mais parar nossa voz. O filme de Nat Turner nunca chegou a lugar nenhum, porque mostrava os escravos revoltados. Eu entendo porque meu irmão Puff chama seu canal de Revolt. Se isso fosse há 148 anos trás, eu teria sido mais como Harriet ou Nat [ícones negros da luta contra a escravidão]. O universo tem um plano. Eu sei que o TMZ seria incrível. Estamos programados para sempre falar e lutarmos contra questões raciais. Precisamos atualizar nossa conversa. A razão pela qual eu levantei o ponto dos 400 anos é porque não podemos ser aprisionados por outros 400 anos. Precisamos de pensamento livre agora. Até mesmo a declaração foi um exemplo de pensamento livre. Apenas uma ideia. Mais uma vez estou sendo atacado por apresentar novas ideias. Na escola a gente precisa aprender como Magic Johnson construiu seu império nos negócios, nem sempre sobre o passado. Fato importante é que eu nunca vi uma sala do ensino médio apresentar ideias futuras. ‘Libertei mil escravos, e eu poderia ter libertado mais mil se eles soubessem que era escravos’, frase do Harriet Tubman”.
Todo esse episódio tem gerado grandes debates, tendo Meek Mill, Spike Lee, entre outros criticaram a postura do artista. O que vocês acham disso?
Comentários: