Kanye West diz que é “das ruas”, e começou carreira rimando “coisas comuns” só porque nunca matou ninguém e achava mais fácil

Um dos fatores que fez com que Kanye West conquistasse seu destaque inicial na cena hip-hop justamente se devia a ele se apresentar como um homem comum, diferente do estilo “super gangster” que predominava a cultura americana na sua época, mas temos aqui um plot twist.

Em recente conversa no podcast Drink Champs, Kanye falou sobre variados tópicos, inclusive essa premissa de “backpack rapper” que ele usou para conquistar seu espaço na cena. Se você não sabe o que é “backpack rapper”, entenda que este rótulo é atribuído a rappers de estilo mais alternativo, os quais costumam rimar mais sobre coisas comuns do cotidiano humano, diferente dos rappers mainstream, acostumados a cantar sobre milhões de dólares, sexo, tráfico entre outros temas do gênero.

No diálogo, Kanye contou que nunca se identificou bem como um “backpack rapper”, alegando que sequer gostava dos sons do seu associado Talib Kweli, o qual pode ser enquadrado sob este rótulo. Além disso, ele pediu perdão a todos seus fãs que fazem parte dessa comunidade, e explicou que tinha esse estilo mais manso no começo da carreira apenas porque viu nele uma oportunidade de alavancar seu nome, levando em consideração que embora se veja como um “negro das ruas”, não sentia a estrutura da confiança necessária para rimar de um jeito mais agressivo porque “nunca matou ninguém”.

“Peço perdão a toda comunidade backpack. Devido ao fato de que eu era das ruas, mas nunca matei ninguém, me soava mais fácil posar como um cara mais alternativo backpack, mas eu na verdade realmente amo os manos do gueto”, afirmou Kanye na ocasião. O artista então explicou aos risos que sempre preferiu escutar rappers do gueto como os da Cash Money, Jay-Z e Lil Baby.

Após N.O.R.E, incrédulo, perguntar se Kanye falava sério, o artista explicou que sim, e que realmente “usou esse estilo” para alavancar seu nome.

Levando em consideração a evolução do estilo do Kanye após o primeiro álbum, o qual começou a incorporar cada vez mais uma “energia agressiva de gueto” em sua arte, essa declaração pode fazer sentido para muitos, embora uma outra parcela de fãs acredite que ele esteja blefando.