Advogado anuncia mais de 200 processos contra responsáveis pelo festival AstroWorld do Travis Scott
Parece que ainda há muita água para rolar sobre a mais recente edição do festival AstroWorld do Travis Scott em Houston, realizado na semana passada. Em um momento descontrolado de tumulto, centenas de pessoas ficaram feridas, dezenas foram hospitalizadas e até o momento 9 morreram em consequência de ferimentos.
Fãs sabem que apresentações do La Flame sempre foram carregados de energia como shows punk, e que é até comum que algumas pessoas se machuquem em seus espetáculos, mas o cantor alega que não tomou conhecimento da gravidade da situação até deixar o palco, o que lhe deixou completamente abalado.
Sendo duramente criticado na internet, embora tenha o apoio da maior parte dos seus fãs, o artista agora é alvo de uma investigação do FBI, assim como de diversos processos judiciais. Embora tenha se comprometido a pagar o funeral de todos falecidos, bem como fornecer ajuda aos feridos, Travis vem sendo confrontado por diversos fãs enfurecidos, buscando serem compensados pelos prejuízos.
Na manhã de sexta-feira (13), o advogado de direitos civis Benjamin Crump e o advogado Alex Hilliard deram uma entrevista coletiva anunciando o ajuizamento de ações judiciais de mais de 200 espectadores do evento que alegam terem sofrido danos físicos, mentais e psicológicos na sexta-feira, 5 de novembro. Até o momento, 110 ações judiciais foram movidas, e há planos para a abertura de mais de 90, segundo Crump.
A conferência foi realizada em Houston, fora do Tribunal Civil do Condado de Harris. “Estamos anunciando o ajuizamento de mais de 90 ações judiciais sobre esse assunto, agora que coletamos as informações, os detalhes e as evidências de que eles estiveram presentes no festival”, disse o advogado Crump. “Eles sofreram ferimentos no festival e vamos garantir que eles recebam justiça, porque isso nunca deveria ter acontecido”, continuou o homem.
“Não se trata apenas de garantir que obtenhamos justiça para essas pessoas gravemente feridas. É também para garantir a responsabilização da Live Nation e todos os organizadores, promotores e qualquer outra pessoa que tenha algo a ver com o fracasso aqui, que fez pessoas perderem seus filhos … As famílias perderam seus filhos do ensino médio, seus filhos da faculdade. Pessoas ficaram gravemente feridas e ninguém deveria morrer por ir a um show. Portanto, estes processos não visam apenas fazer justiça para elas, mas também garantir que os promotores e organizadores saibam que você não pode permitir que isso aconteça no futuro . Mesmo que você tiver que parar imediatamente o show”.
O advogado Crump acrescentou que várias pessoas poderiam ter interrompido o show quando as “circunstâncias trágicas” começaram a acontecer por volta das 21h05 (horário local) em 5 de novembro. Ele também observa que os advogados têm um cronograma de quando os eventos ocorreram.
Conforme relatado anteriormente, entre 21h00 e 21:15 do dia 5 de novembro, uma grande onda de motim aconteceu, empurrando os participantes em direção ao palco. A polícia de Houston percebeu a presença de uma vítima dessa confusão por volta das 21h30, de acordo com o chefe dos bombeiros Samuel Peña.
O advogado Hilliard também declarou que um “comportamento criminoso” relacionado à catástrofe em Astroworld começou a acontecer semanas antes do evento acontecer. “As evidências da investigação, que está em andamento, incluindo a inspeção do NRG Stadium, revelaram que o comportamento criminoso neste caso começou semanas antes da data do show. Não havia nenhum plano bem elaborado para que isso acontecesse. Eles são legalmente exigidos como organizadores, diretores de risco, de fornecer a devida segurança para proteger mais de 50.000 pessoas, e eles não tinham um plano.”
Ele continuou dizendo que o caos começou a partir das 21h00, quando as portas do festival se abriram, e cresceu consistentemente a ponto de haver mortes e uma variedade de feridos. Até o momento, representantes do Travis não responderam diretamente a este evento de coletiva de imprensa.