Um dos maiores nomes da música de periferia contemporânea carioca, MC Poze construiu uma grande base de fãs com seu trabalho, e junto com isso, ele também esteve recebendo muitas críticas por conta das suas músicas em que narra o cotidiano de muitos em favelas no RJ de forma explícita.
Muitas vezes se posicionando contra a forma da polícia de atuar nas comunidades cariocas, ele estava correndo sério risco por conta de um oficial da corporação.
Segundo o G1, uma operação da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense levou à prisão de um policial militar apontado como chefe de um grupo que se associou a traficantes e milicianos e que chegou a negociar a morte de MC Poze por R$ 300 mil. Outro PM também foi preso, enquanto outros três e um guarda municipal estão foragidos.
O PM foi identificado como Igor Ramalho Martins. Áudios obtidos pelos investigadores revelaram que ele tinha ligações com o miliciano mais procurado do Estado, Wellington da Silva Braga, o Ecko, e ao mesmo tempo se associava a traficantes como Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca.
Em um dos áudios, o PM Igor Martins revela a encomenda feita por Ecko do assassinato do MC Poze por R$ 300 mil. “Tô de serviço hoje, vou pegar a viatura e vou ficar em volta da Nova Holanda. O que tiver saindo aí, de bom, inclusive o Poze, tu me dá ideia e vê por onde ele vai sair, como ele vai sair. O que pegar tu vai entrar na divisão, pô, pra gente colocar uma prata no bolso, o que tu acha? Só o Poze, ele vale 300 mil no Ecko”, diz o PM no áudio.
Em outro áudio, o PM Igor Martins revela o plano de um roubo milionário e detalha a divisão do dinheiro. A operação que levou à prisão do PM Igor Ramalho Martins foi batizada de Total Flex.
Segundo o delegado Delegado titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, Moisés Santana, o nome foi escolhido considerando a associação do grupo comandado pelo policial tanto a traficantes quanto a milicianos.
“Os criminosos, literalmente, passeavam pelo código penal praticando diversos tipos de modalidades criminosas, violentas, e nos chamou a atenção a associação [do grupo criminoso] tanto ao tráfico quanto a milicianos, tanto da Zona Oeste quanto de Jacarepaguá”, disse o delegado.
O policial enfatizou que o grupo, majoritariamente formado por policiais militares, agia com muita violência e que aliciava civis para auxiliarem no planejamento dos roubos.
“Esse grupo atuava de forma muito violenta. A gente notou isso através das investigações e o que mais nos chamou a atenção foi o fato deles praticarem esse tipo de atividade [com o apoio] de moradores locais que trabalhavam para eles, integrantes da organização criminosa, identificavam pessoas que haviam recebido uma grande quantidade de dinheiro em determinada circunstância e eles planejavam a execução desse roubo”, ressaltou o delegado Moisés Santana.
Ao todo, a operação tinha como alvo sete mandados de prisão preventiva e 43 de busca apreensão. Outro PM além de Igor foi preso. Entre os cinco foragidos estão três policiais militares, um guarda municipal, e um civil que não é agente público.
Suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas, MC Poze, como é conhecido Marlon Brendon Coelho Couto da Silva, chegou a ser considerado foragido em julho deste ano depois que teve prisão preventiva decretada. A Justiça, no entanto, acabou revogando o pedido de prisão.
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