Rap Nacional

Helião conta incrível história da mulher da intro da música “No Brooklyn” do Sabotage


Tragicamente assassinado no começo de 2003, Sabotage se consagrou como um dos maiores ícones da cultura hip-hop brasileira. Construindo um respeitado legado com sua obra brilhante, o artista é muito ouvido por milhares de fãs até os dias atuais.

Grande amigo do rapper em vida, o qual deu enorme força em sua carreira, Helião já contou inúmeras histórias envolvendo a relação que tinha com Sabota ao longo dos anos. Usando então suas redes sociais para compartilhar mais memórias de bons momentos que passou com o eterno Maestro do Canão, o integrante do RZO revelou a exata história da misteriosa moça por trás dos vocais da introdução da clássica faixa “No Brooklyn”, da qual já existem alguns relatos.

“Caras, ouvi a voz dessa moça na introdução dessa música e, viajei no tempo. Lembro num dia que estava fazendo a caminhada com @sabotageoficial , a noite, da Av Paulista pro Estúdio. Estávamos gravando o CD ‘Rap é Compromisso’. Era engraçado porque ele andava muito rápido, dizia; —’Ninguém anda mais rápido que eu, Jhou!’. A gente fazia altas caminhadas. Então avistei do outro lado da rua uma pequena barraca de incensos. Era mais um caixote de feira com uma mulher humilde aparentando uns 36 anos e alguns incensos em cima do caixote. Falei pra ele; — ‘Vamos comprar um incenso?’ Ele disse; — ‘Vamos!’. Os caras reclamavam da fumaça da erva no estúdio. Colamos na moça pra comprar o incenso e conversando com ela, notei o sotaque diferenciado, bacana de ouvir, chamei ele de canto e disse; —’Negão, você notou o sotaque dela, que da hora? Já pensou ela falando desse jeito em alguma música?’. Ele brisou na ideia, como sempre, sintonia total. Trocamos ideia com a moça e ela concordou em ir conosco. Peguei metade da barraca joguei nas costas, Sabota pegou a outra metade e seguimos conversando com ela rumo ao estúdio. Chegando lá, notei que ela era bem loka. Fumou, bebeu, conversou e deu umas risadas, os caras já estavam no estúdio, sempre uma pá de cara, pesado. Sentei, bem loko também (ainda fumava), via tudo em câmera lenta, quem não me conhecia achava que eu estava chapando, de boca aberta olhando pro além. Era eu, com a mente a mil. Peguei o caderno e escrevi essa intro para a música ‘No Brooklin’. A maioria dos refrões escrevi assim, porque @danielganjaman_ , @zegon e @tejodamasceno apresentavam o sampler e seguindo a melodia eu escrevia. Não é como hoje, gravar um Cd pra estudar em casa, na verdade acho que os produtores nem confiavam da gente levar coisas gravadas do estúdio, éramos bem loucos, acho que os caras nunca tinham visto isso. Entrei no aquário de gravação com a moça e orientei como deveria gravar, ela gravou. Ficou da hora, todos gostaram. Ela ficou radiante, disse que nunca participara de uma gravação. Nunca mais vi essa moça, nem lembro o nome dela.Foi um grande aprendizado gravar esse Cd, os produtores eram bons, o Rap ainda não tinha esse tratamento, músicos e tal. Nunca vou esquecer, cada música tem uma história. Eu ajudei o Sabota, mas ele acrescentou muito em minha vida também. O bagulho foi de verdade”.

Fundador do Rap 24 Horas & Editor do portal. Há mais de 10 anos anos produzo conteúdos na internet sobre a cultura hip-hop. Já geri diversas notórias páginas na internet relacionadas aos temas de rap e entretenimento.

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