Capa da Rolling Stone, Kendrick Lamar fala sobre Donald Trump, Drake, ser um artista pop, e +
Destaque da atual geração, Kendrick Lamar é capa da nova edição da conceituada Rolling Stone, que chega oficialmente às bancas no dia 24 deste mês de Agosto. Promovendo seu álbum DAMN., o rapper trocou um papo bem interessante com o pessoal da revista, onde falou sobre os mais variados assuntos.
Traduzimos alguns dos tópicos mais interessantes dessa entrevista. Confira abaixo:
Você já sentiu que deveria estar se divertindo mais?
“A diversão de todo mundo é diferente. A minha não é bebendo. Eu bebo causalmente, de vez em quando. Eu gosto de tirar a rapaziada da quebrada, alguém que foi solto e esteve preso por 5 anos, e ver seus rostos quando vão para Nova York, quando eles saem do país. Merd#, isso é divertido para mim. Você vê isso com seus olhos e se sente iluminado”.
De onde veio toda sua maturidade?
“Ela veio de filhos da put@$ mais velhos, cara. Eu tinha 7 anos e jogava futebol com caras de 14. Qualquer um que fechasse com meus primos mais velhos, eu fechava junto. Eu sempre fui o menor. Geral sempre maior e mais velho do que eu. Isso me deu uma visão sobre as paradas”.
O que te faz perder a cabeça?
“Pessoas que estão ao meu redor sugando energia ou alguém que não flui da mesma forma que eu. Não posso ter isso ao meu redor. A vida é curta”.
Você fez uma viagem para África, e disse que foi um grande negócio pra você. Por quê?
“Apenas me senti no lugar de onde pertencia. Simples assim. Você ouve sobre a terra mãe e verdades incalculáveis sobre isso, e agora tem idade suficiente para testemunhar sozinho. Apenas ganhei uma nova perspectiva da minha origem. O que estamos fazendo em Compton, e como o mundo é bem maior do que essa cidade. Segui de volta para o estúdio depois. Eu me senti estranho quando tivemos que voar de volta. Tudo que dissemos foi tipo: ‘droga, a gente tem que voltar para cá. Esse é o lar. Na moral'”.
Como “Humble” começou?
“Primeiro foi a batida na verdade. Mike Will me mandou ela. Tudo que eu pude pensar foi na ‘The Symphony’ do Marley Marl, e o momento do início do hip-hiop, onde era uma simplicidade complexa, mas alguém também vinha fazendo movimentos. O beat soa como da minha geração. A primeira coisa que veio na minha mente foi: ‘be humble’ [‘seja humilde’]”.
Em “ELEMENT.” você faz um deboche entre a distinção entre “artistas negros e artistas estúpidos”. Para você, o que define um ‘artista estúpido’?
“Eu amo essa pergunta. Como eu defino um artista estúpido? Um artista estúpido usa a música de outro artista para sua aprovação. Estamos falando de alguém que tem medo de usar sua própria voz, persegue o sucesso e as coisas de outra pessoa, mas foge da própria parada. É o que mantém o jogo diluído. Todo mundo não poderá ser um Kendrick Lamar. Não estou dizendo para você rimar como eu. Seja você. Simples assim. Eu vejo muitos artistas bons caírem porque estão tão focados nos números que reduzem a própria criatividade. O que vai para os ouvintes, porque no final do dia, isso não é nosso. É para a pessoa que trabalha das 9 às 5 e não sente vontade de ir para o trabalho naquela manhã”.
É de boa um rapper usar um escritos fantasma? Você obviamente escreveu para o Dr. Dre.
“Depende de qual campo você está jogando. Eu me chamo de ‘melhor rapper’. Eu não posso me chamar de melhor rapper se eu uso um escritor fantasma. Se você está dizendo que você é um tipo diferente de artista, e realmente não se importa com a arte de ser ‘o melhor rapper’, então que seja. Faça música boa, mas o título não será esse”.
Você ficou meio quieto sobre Donald Trump. Por quê?
“Quero dizer, é tipo chutar um cachorro morto. Você tá ligado. Vamos continuar falando nisso até quando ou vamos agir? Você chegou em um ponto que estou cansando de falar. Pesa e drena sua energia quando você fala sobre algo ou alguém completamente ridículo. Então, dentro e fora do álbum, tomei a decisão de agir em minha própria comunidade. No meu som, eu tomei a atitude de não falar sobre o que está acontecendo no mundo ou aonde eles colocam isso. Fale sobre si mesmo, autorreflexão. É aí que a mudança começará”.
Você é um artista número um, o que significa que você é um artista pop.
“Isso fica complicado porque você tem um grande hit, mas no mesmo tempo ainda mantém a integridade. Nem todos conseguem fazer isso risos. lalalá (risos). Ainda tem uns raps loucos nesse álbum, e também uma canção número 1. Chame como quiser, Enquanto o artista permanecer verdadeiro à arte no hip-hop e na cultura, é o que é”.
Você também descarta sons porque elas não se encaixam no conceito do álbum?
“Eu faço isso bastante. Eu me importo com o corpo de trabalho, não com um grande hit. Eu vim daquela época atrás, eu não posso largar assim, não importa o quanto bombe”.
Qual seu som favorito do Drake?
“A canção favorita do Drake… [risos]. Eu tenho várias favoritas. Não consigo falar uma assim… ele tem várias músicas excelentes”.
O que você aprendeu trabalhando no Lemonade da Beyoncé?
“O quão particular é a música. Ela é perfeccionista. Pense sobre a performance no BET. Ela é muito particular – a luz, o jogo de câmeras, a transição da música para dança. Foi uma confirmação de algo que já sabia”.
Você tem músicas nunca ouvidas antes que são só cantadas?
“Melodia orientada, com certeza. Ultimamente, isso é uma prática para mim nos meus álbuns de rap. Eu escrevo muitas melodias. Droga, normalmente 95% delas. Posso te dar um verso em um som do Travi$ Scott com um ‘falseto do gueto’. É assim que chamo (risos)”.